Resenha: O Órfão de Hitler de Paul Dowswell

Título: O Órfão de Hitler
Autor: Paul Dowswell
Gênero: Drama
Editora: Planeta
Páginas: 272
Ano: 2016
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Classificação: 4/5

Sinopse: Piotr Bruck era apenas um menino polonês quando os nazistas mataram seus pais e invadiram seu país. Seu destino parecia traçado: acabaria num orfanato e depois seria um trabalhador escravo. Mas seus olhos azuis, cabelo loiro, pele clara e estatura faziam dele um exemplo da raça pura, um modelo para a Juventude Hitlerista. Então, os alemães o entregaram a uma família nazista... O que seus olhos vivenciaram o transformaria para sempre. Afinal, ele deveria ou não lutar pela humanidade? De qual lado deveria estar? Uma escolha difícil que faz desse livro um romance arrebatador.

Piotr era um garoto polonês de apenas 13 anos quando todo seu mundo desmoronou. Viu-se envolvido em uma guerra que ele sequer entendia, seus pais foram mortos na rua de casa e a fazenda onde morava foi tomada pelos soldados alemães. Ele foi mandado para um orfanato mantido em péssimas condições, suas perspectivas se resumiam em, no mínimo, passar a vida toda em lugares como aquele, até que sua sorte mudou repentinamente. Devido às suas características nórdicas, foi enviado com outras crianças para fazer testes e ser classificado de acordo com as regras que separavam os alemães, conforme sua eugenia. Após vários testes atestarem sua descendência ariana, o garoto é acolhido por uma família modelo no partido nazista em Berlim. Conforme o tempo passa, Piotr começa a mudar. Assim que conhece Anna, algumas certezas começam a se deslocar e ele precisa tomar decisões bem difíceis.

Peguei esse livro meio aleatoriamente, nem cheguei a olhar muito a sinopse. Inclusive tive uma ideia errada por causa do nome. A história é contada em terceira pessoa, sob a perspectiva de Piotr, com pequenas variações em alguns momentos. A escrita é muito fluida, o livro me envolveu desde as primeiras linhas. É muito interessante como a visão de Piotr é mostrada, a forma que ele se via e via as outras pessoas. O livro escancara muito bem algumas coisas da época. As informações, e são muitas, ficam perfeitamente entremeadas na história, sem perder o ritmo. Achei muito interessante também e principalmente como o autor traz a temática da raça e eugenia, de como os nazistas buscavam uma raça pura. De como o próprio Piotr, mesmo sendo polonês, era considerado ariano por causa de seus traços e, assim, deveria deixar tudo para trás, seus costumes, sua língua, e tornar-se um alemão por completo. Nada poderia contaminar essa cultura e isso fica muito claro na doutrinação que Piotr sofre desde o começo. Uma fé absurda, um fanatismo sem explicação. É um recorte muito específico da Alemanha nazista. Um livro muito humano.

Este é um livro sobre nazismo diferente do que geralmente se vê. Ele mostra o lado dos nazistas de certa forma, e isso é assustador, mas ficou muito bem feito. Há momentos tensos, tristes, eletrizantes, muito revoltantes. Mas, no geral, em alguns momentos senti um certo distanciamento também. As personagens são profundas e crescem ao longo das páginas, das descobertas e decisões que vão tomando. Tudo vai se transformando, ficando mais e mais frenético. É uma história muito rica e linda. Acho que minha decepção foi só com o final que foi rápido demais para o meu gosto.

Me fez pensar tanto em tantas coisas, valeu demais a leitura. Indico muito, por ser uma ótima história, uma parte ainda pouco explorada por outros livros do gênero e uma experiência rica em informação para quem tem ou não interesse pelo tema, mas também uma experiência humana e emocionante. Só, como sempre, não criar expectativas é uma boa.

2 comentários:

  1. Aninha, a premissa do livro é bem interessante. Fico indignada até hoje por esse movimento e a forma como eles distinguiam arianos, eram testes e mais testes. Creio que é muito complicado ler qualquer livro que tem esse tema sem ficarmos chocados com a realidade que a Europa vivia naquela época.
    Ainda não conhecia o livro mas fiquei bem interessada.

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  2. Oi
    que bom que achou que foi uma ótima leitura, eu gosto de livros que se passam na gerra, deve ser interessante ler o lado dos nazistas, quem sabe se eu tiver a chance leia, porque a prioridade agora são outros.

    momentocrivelli.blogspot.com

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