Resenha: Era Uma Vez no Outono de Lisa Kleypas

Título: Era Uma Vez no Outono  

Série: As Quatro Estações do Amor #2

Autora: Lisa Kleypas 

Editora: Arqueiro

Gênero: Romance de Época

Ano: 2016

ISBN: 978-85-8041-495-0

Páginas: 283

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Classificação: 4 de 5

Sinopse: A jovem e obstinada Lillian Bowman sai dos Estados Unidos em busca de um marido da aristocracia londrina. Contudo nenhum homem parece capaz de fazê-la perder a cabeça. Exceto, talvez, Marcus Marsden, o arrogante lorde Westcliff, que ela despreza mais do que a qualquer outra pessoa. Marcus é o típico britânico reservado e controlado. Mas algo na audaciosa Lillian faz com que ele saia de si. Os dois simplesmente não conseguem parar de brigar. Então, numa tarde de outono, um encontro inesperado faz Lillian perceber que, sob a fachada de austeridade, há o homem apaixonado com que sempre sonhou. Mas será que um conde vai desafiar as convenções sociais a ponto de propor casamento a uma moça tão inapropriada? Neste segundo livro da série As Quatro Estações do Amor, Lisa Kleypas nos apresenta um homem de hábitos rigorosos, uma mulher disposta a quebrar tabus e uma deliciosa batalha entre razão e sentimentos na busca do amor verdadeiro.

Aviso: contém spoiler do primeiro livro!

Hey, leitores!  Hoje vim falar de Era Uma Vez no Outono, o segundo livro da série As Quatro Estações do Amor, da Lisa Kleypas, eu estava com expectativas altíssimas, e tranquilamente afirmo, foram todas superadas. Eu amei a história da Lillian e do Marcus. Mesmo! 

Divergindo de muitos por aí, eu preciso dizer que gostei muito do primeiro livro da série, Segredos de Uma Noite de Verão (como vocês podem conferir na resenha, aqui), eu compreendi as atitudes de Annabelle, afinal, ela é uma legítima mulher inglesa - diferente das irmãs Bowman, que são legítimas americanas, rs... - ela é cortês, recatada, por isso tantas "reservas", tanta resistência ao encantos de Simon Hunt...

Quem leu o primeiro livro, vai entender o que estou falando, e quem ler este, o segundo, vai entender mais ainda.

- As duas jovens mais mal-educadas que já conheci. Principalmente a mais velha.
- Bem, elas são americanas - salientou Livia. - É justo sermos um pouco tolerantes com elas, não é? Não podemos esperar que conheçam cada complexo detalhe de nossa interminável lista de regras sociais... (Pág.14)

Eu tive que falar de Annabelle, pois além de evidenciar a discrepância entre as protagonistas, quis justificar todo o sucesso da Lillian com os leitores. Ela é irreverente, audaciosa, divertida, um pouco mordaz, uma amiga leal, a irmã que todos querem aventurar-se (podem perguntar a Daisy).

Independentemente das diferenças, eu amo que ambas as personagens criadas por Kleypas até agora, tentam seguir a linha "boa moça", que se importam com os padrões exigidos pela sociedade (que na sua época era elitista, arcaica e preconceituosa - se bem que não mudou muito em comparação a nossa sociedade hoje, por vezes sofremos dos mesmos em pleno século XXI), mas na verdade, nãooo, elas são impetuosas, inteligentes, cada uma em seus limites de espaço, educação, criação, situação financeira. Enfim, Lillian é especial, pois além de sua criação, existem suas crenças, seu bom coração, seu ímpeto de quebrar tabus, que apesar da época, já tinha uma bela postura feminista, melhor, eu diria a postura de um belo ser humano.

- Mas por que eu não deveria agradecer a alguém por me prestar um serviço? - indagou Lilian com genuína perplexidade. - É educado dizer obrigada, não é?
- Não se deve agradecer a um criado, como não se agradeceria a um cavalo por lhe permitir cavalgá-lo ou a uma mesa por sustentar os pratos sobre ela.
- Bem, não estamos falando de animais ou objetos inanimados. Um criado é uma pessoa.
- Não - disse a condessa friamente. - Um criado é um serviçal.
- E um serviçal é uma pessoa - insistiu Lilian, teimosa. (Pág. 131)

Como descobrimos no primeiro livro, Lillian, sua irmã, e suas amigas, iniciaram uma linda amizade que tinha por justificativa, a busca de um marido aristocrata. Quando ficou claro que elas não conseguiriam sozinhas, resolveram se unir. Inclusive, se autodenominaram "flores secas". Em, Era Uma Vez no Outono, como Annabelle já está casada com o não aristocrata, mas muito influente homem de negócios, Simon Hunt, o grupo de amigas agora está focado no casamento da segunda da lista, que é a nossa extraordinária insolente, Lillian. 

Antes de prosseguir, eu gostaria de dizer, que eu senti um pouco a falta da interação da amizade das "flores secas". Acho que no primeiro livro elas tiveram mais momentos... Por outro lado, a relação de amizade, irmandade, amor verdadeiro das irmãs Bowman, no meu ponto de vista só foi consolidada, ela são um par e tanto, viu?! 

Continuando, é claro, que o interesse amoroso da nossa mocinha, tinha que ser alguém tão difícil quanto ela, Marcus Marsden, o 'nem tão bonito assim', controlado, reservado e arrogante, Lorde Westcliff. Eles tiveram suas divergências desde o livro anterior, posso dizer que foi antipatia a primeira vista, rs... Mas é bem óbvio para nós leitores de romances, que toda essa hostilidade só acontece quando a química é poderosa. 

- Ela é manipuladora.
- Você também é, querido.
Ele ignorou o comentário.
- Ela é dominadora.
- Como você.
- Ela é arrogante.
- Você também - disse Livia, alegre.
Marcus a olhou de cara feia.
- Achei que estivéssemos discutindo os defeitos da Srta. Bowman, não os meus.
- Vocês parecem ter muito em comum - declarou Livia com uma inocência um tanto exagerada... (Pág. 16 e 17)

Quem diria que Lilian Bowman iria se sentir atraída por Lorde Westcliff, tão sisudo, pedante, e por falta de palavra melhor, tão aristocrático, rs... Quando eles estão no mesmo ambiente, é impossível a troca de farpas não acontecer, assim como também é impossível largar o livro e deixar de ler o próximo capítulo dessa batalha de razão, emoção, e sentimentos reprimidos.

Eu amo especialmente quando eles interagem diretamente, o "toma lá dá cá" deles é tão divertido que dá vontade de pegar a pipoca - ou o brigadeiro - e ficar assistindo, ou melhor, lendo.

Também somos apresentados a outros personagens, alguns encantadores, como Lady Olivia Shaw, mais conhecida como, Livia - a irmã de Marcus -. E também tem os insuportáveis, como a condessa, Lady Westcliff - mãe de Marcus -. E claro, Sebastian, mais conhecido como lorde St. Vincent, posso adiantar que fiquei completamente encantada e ao mesmo tempo estarrecida com ele. De resto, é spoiler, então vocês precisam ler, rs...

Meus amigos, o que foi aquele gostinho que Kleypas nos deu do próximo livro, Pecados no Inverno?! OMG! Confesso que no decorrer da leitura, até cheguei a imaginar algo como isso, mas depois do desfecho de Era Uma Vez no Outono, eu descartei imediatamente. E quando a autora me faz aquela surpresa, eu enlouqueci, estou insanamente necessitando de Pecados no Inverno. 

Já perceberam que amei, não é?! Leitura super recomendada. Uma mulher atrevida pra sua época e um homem difícil (mas não impossível) de amar. 

É inocentemente divertido, romântico, audacioso... Quem ama romance, romance de época, comédias românticas, ou simplesmente uma boa leitura, esse livro é pra vocês.

Melhor quote...

Lilian o empurrou um pouco, sussurrando asperamente em seu ouvido:
- Qual é o seu problema?
Marcus balançou a cabeça, impotente.
- Desculpe-me - disse ele com voz rouca, mesmo sabendo o que estava prestes a fazer. - Meu Deus. Desculpe-me...
Então sua boca se apoderou da de Lilian e ele começou a beijá-la como se sua vida dependesse disso.
(Pág. 46)