Resenha: A Sereia de Kiera Cass

Título: A Sereia
Autora: Kiera Cass
Gênero: Literatura Fantástica, Romance
Editora: Seguinte
Ano: 2016
Páginas: 320
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Classificação: 4 de 5

Sinopse: Anos atrás, Kahlen foi salva de um naufrágio pela própria Água. Para pagar sua dívida, a garota se tornou uma sereia e, durante cem anos, precisa usar sua voz para atrair as pessoas para se afogarem no mar. Kahlen está decidida a cumprir sua sentença à risca, até que ela conhece Akinli. Lindo, carinhoso e gentil, o garoto é tudo o que Kahlen sempre sonhou. Apesar de não poderem conversar — pois a voz da sereia é fatal —, logo surge uma conexão intensa entre os dois. É contra as regras se apaixonar por um humano, e se a Água descobrir, Kahlen será obrigada a abandonar Akinli para sempre. Mas pela primeira vez em muitos anos de obediência, ela está determinada a seguir seu coração.

“Uma menina misteriosa.
O garoto de seus sonhos.
A Água entre eles.”

Água. Com letra maiúscula, pois ela vive. A Água sente raiva, sente tristeza, ciúmes... mas o principal, sente fome. Fome que precisa ser sanada, antes que seja tarde demais e toda a humanidade sofra com seu descontrole. E é por isso que elas existem, as sereias. Para ajudar a matar a fome de sua mãe,  a Água, com pessoas. Elas cantam e afundam barcos e navios em determinados intervalos de tempo. Centenas tem que morrer para salvar milhões, essa é a filosofia. Essas garotas são as filhas da água, obrigadas a servir a ela e ao propósito maior. Quando o navio onde Khalen viaja com a família afunda em uma tempestade e a garota acha que morrerá, acontece a maior reviravolta de sua vida. Ela se vê sendo conduzida ao fundo do mar por três belas moças. E quando finalmente entende, a escolha está clara: Ela morre ou vive cem anos servindo a Água, para depois receber de volta sua liberdade. E ela escolhe, quase pede, para que a Água a acolha. Khalen aprende rápido e torna-se exemplar: Nunca falar, obedecer, mudar-se constantemente, estar sempre próxima ao mar. No entanto, algo, ou melhor alguém, a faz começar a questionar sua existência e sua lealdade. Akinli, o garoto simples, da biblioteca e dos bolos. Após viver dessa forma mais de oitenta anos, ela sabe ser totalmente impossível qualquer envolvimento com um humano. E mesmo assim, persiste. Terá que ser forte para tentar ter um futuro ao lado do garoto que ama: Lutar contra sua salvadora, a Água, contra tudo o que conhece. E contra algo mais.

Minha relação com a Kiera Cass não é enlouquecida, mas é bastante agradável. Não sou fã de A Seleção, mas li todos os livros e gostei, no geral. Então, já fiquei bastante ansiosa quando ouvi falar desse livro. Primeiro por ser dela e depois pela premissa curiosa e instigante. A escrita da autora é leve e fluida.

Gostei muito dessa ideia de trazer a Água como quase uma pessoa e das sereias como suas filhas. Além do que achei bastante diferente essa visão delas. No entanto, senti falta de um aprofundamento melhor sobre isso, quem sabe. Khalen é uma personagem extremamente melancólica, fica o tempo todo triste por causa das mortes e de outras coisas, o que até se justifica, mas fica meio cansativo. Sua relação com a Água é bem mais forte do que a das outras, o que também gera alguns conflitos. Aliás, a ambientação demora um pouco. Me senti bem perdida no início. Akinli é o típico mocinho perfeito, mas também queria ver mais dele.

“Ela não podia acabar com os meus sonhos, mas sempre me confortava da melhor maneira possível. Às vezes Ela me levava a ilhas ou me mostrava suas partes mais belas, fáceis de esconder dos humanos. Às vezes Ela sabia que cuidar de mim significava me deixar ficar longe. Nunca quis me afastar dEla por muito tempo, porém. Ela era a única mãe que eu tinha agora. Parte mãe, parte carcereira, parte chefe... Era uma relação difícil de explicar.”

Algo que me incomodou nesse livro e sempre vai me incomodar se acontecer em qualquer um foi o romance quase instantâneo. Conversou com a pessoa duas, três vezes e já não pode viver sem. Isso simplesmente não entra na minha mente racional. Mas nesse caso até dei um desconto pelo climinha básico conto de fadas. Outros personagens são ótimos, como as amigas de Khalen.

“- Não seja boba - respondi ao passar um braço pelo ombro dela. - Sempre há espaço para o amor, nem que seja uma frestinha. Isso basta.”

Esse livro me deixou bastante reflexiva sobre várias coisas e meio estática quando acabou. Valeu muito a leitura. Tirando alguns pontos que me irritaram, é uma história linda e triste. Acho que o segredo é mergulhar sem tantas expectativas e só sentir. É uma trama de amor meiga e não tão sofisticada, mas me rendeu boas horas de leitura. Fala de amizade, lealdade e várias outras questões. Indico para quem se identifica com o gênero.

“Mas esse garoto? Parecia enxergar mais do que isso. Me enxergava não só como uma beleza misteriosa, mas como uma garota que ele queria conhecer.”


2 comentários:

  1. Oi Aninha!
    Gosto muito da narrativa da autora, e estou louca de vontade de ler A Sereia... pena que algumas coisas não foram bem aprofundadas, mas parece que a história no geral é bem interessante, né? Fiquei curiosa, parece ter uma premissa bem diferente que outros livros de sereias que já li!
    Bjus, adorei a resenha!
    Paty Algayer - Mágica Cult

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  2. Oi, Aninha!
    Admito que estou bem ansiosa para ler esse livro. Gosto bastante da narrativa cativante da Kiera. Como você, romances instantâneos me desanimam, cadê a conquista?
    Beijos!
    Apenasumaleitura.blogspot.com

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